OS ÓRGÃOS DO CONDE

22.9.13 BLOG SIMONE GALIB 0 Comments







 Depois de toda a polêmica envolvendo Chiquinho Scarpa –aliás, ação de marketing que considerei de péssimo gosto e resultado duvidoso, apesar da repercussão – começa nesta segunda-feira (23), e vai até o próximo domingo (29), a campanha para sensibilizar a população sobre a importância da doação de órgãos. Na semana passada, durante o pré-lançamento, todos ficaram tão preocupados em desvendar a pegadinha do enterro do Bentley do conde, avaliado em R$ 1,5 milhão, que o principal alvo da ação foi eclipsado. O assunto virou motivo de deboche e, desvendada a história, ela acabou “morrendo” até mesmo na internet. Acredito que as ações de marketing não precisam enganar as pessoas e a própria mídia para impactar. Há ferramentas mais criativas. Mas essa é uma outra história... 

 Blá-blá-blá à parte, vamos ao que realmente interessa. Hoje, no Brasil há cerca de 30 mil pessoas na fila de espera para um transplante e de cada dez brasileiros abordados, quatro se negam a doar os órgãos de seus familiares. A maior lista de espera é por um rim –há 20 mil brasileiros no aguardo. Em segundo lugar, estão os que precisam de transplante de córnea (6 mil), seguidos pelos portadores de doenças no fígado (1.300) e, por último, coração e pulmão, com 200 e 170, respectivamente.

 O trabalho da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), em parceria com o Ministério da Saúde, dos governos estaduais e entidades médicas, vem surtindo efeito –até junho deste ano o país teve 1.273 doadores, o que o coloca em segundo lugar no ranking mundial em número de transplantes realizados. Porém, os índices de doadores efetivos, por milhão de população, ainda são muito baixos em relação aos outros países. A título de comparação, no ano passado, o número chegou a 10,7 no Brasil, enquanto a Espanha –o melhor país nesse ranking – atingiu 35,3, seguida pela Croácia (35), Bélgica (29,3), Portugal (28,5%) e EUA (26).



VONTADE EXPLÍCITA



  Para se tornar um doador, é importante comunicar à família esse desejo porque, de acordo com a legislação dos transplantes no Brasil, a doação deverá ser consentida pelo familiar de até segundo grau. Segundo o médico José Osmar Medina Pestana, presidente da ABTO, a recusa dos familiares está relacionada à falta de manifestação da vontade de doação em vida. “Sempre que o indivíduo se manifesta a favor, os familiares autorizam”, diz ele. A falta de informações sobre o assunto, na avaliação da própria ABTO, também contribui para esse baixo índice. Daí, a importância da campanha. “Apostamos na adesão da sociedade para tornar essa espera por um órgão menos longa e dolorosa”, afirma Medina.

 Ficou interessado? O site oficial da ABTO http://www.abto.org.br/  traz todas as informações para a prática efetiva da doação.


Chiquinho Scarpa que protagoniza a nova campanha

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