EX-MODELO MONTA BRECHÓ COM ROUPAS DE FAMOSOS DEPOIS DE SOFRER DOIS AVCS

10.9.15 BLOG SIMONE GALIB 0 Comments



Você é do tipo que adora um brechó? E se esse brechó vender roupas novas e seminovas, em excelentes condições de uso e de quebra oferecer peças que já estiveram no closet de alguns famosos, a preços honestos?



 O Borogodó do Brechó, na Vila Madalena, é assim. Ele faz muita gente atravessar a cidade para garimpar suas peças. A ideia partiu da ex-produtora de moda Erika Nigro, que usou toda a sua expertise e os muitos contatos que tinha no meio artístico para adquirir itens únicos, os quais, segundo ela, dão um “borogodó” à loja. Daí o nome.

Bota que Bárbara Paz ganhou de Hebe Camargo                  fotos Divulgação

 Há, por exemplo, uma bota de cano longo que a atriz Bárbara Paz ganhou de presente de Hebe Camargo. Tem também o vestido preto das apresentadoras Paloma Tocci, o Loubotin de Renata Maranhão e roupas das suas colegas de métier, como Laura Wie e Cris Couto, entre outras, vendidas a preços de brechó.

O Louboutin de Renata Maranhão e peças novas e seminovas em perfeito estado

 "As peças são separadas por estação. As coleções vão sempre mudar, assim como acontece nas lojas tradicionais". Aqui vamos trabalhar só com roupas novas e seminovas, todas em excelente estado. Eu garanto todos os botões no lugar certo", brinca Erika, que não vende apenas roupas de celebridades. São muitas as opções de vestuário e acessórios, além de móveis para decoração.

 
O vestido preto da apresentadora Paloma Tocci
Os clientes contam ainda com um pequeno bar, para tomar um café, cerveja e até champanhe, além de manicures fixas. E ocasionalmente há eventos, como maquiagens com profissionais do mundo da moda, oficinas e vernissages.

DOIS AVCs E GRAVIDEZ

Mas o que levou Erika a abandonar a profissão de produtora e criar seu próprio negócio?

 Com um corpo escultural, Erika trabalhava como modelo, fotografando para campanhas de várias marcas, fazia comerciais e tinha uma vida super acelerada. Desistiu da carreira e passou a trabalhar como produtora de moda.

 Mãe de dois filhos adolescentes, aos 36 anos casou com um fotógrafo publicitário. Só que oito meses depois, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame). Ela passou um mês na UTI, lutando pela vida. Diz que nunca pensou em desistir, embora os médicos afirmassem que na sua idade as chances de sobreviver fossem poucas.

 Apesar da letargia do coma, ela tinha momentos de plena consciência. "Embora parecesse desacordada, muitas vezes estava consciente, ouvia tudo o que acontecia ao meu redor. As pessoas choravam ao lado da minha cama e eu pensava: 'que drama todo é esse? O que está acontecendo?'. Foi um pesadelo", conta.

 Ela perdeu os movimentos do lado direito e quando recebeu alta, estava consciente, mas ainda sem falar. Após muita fisioterapia e acompanhamento de um serviço de enfermagem 24 horas, recuperou a fala e voltou a andar. 

 VOLTA POR CIMA

 Como a causa do problema era uma má formação congênita (além do cigarro e da pílula anticoncepcional), seu médico havia lhe dito que não deveria mais engravidar, correndo o risco de sofrer um novo AVC. Procurou uma segunda opinião e veio uma notícia ainda mais complicada: ter que operar outra vez, porque sua artéria no cérebro poderia estourar novamente.

 Com a sensação de que viveria com uma bomba na cabeça, optou por fazer a embolização (preenchimento da artéria dilatada para que não se rompa), mas teve um novo AVC, ainda pior que o primeiro. "Perdi tudo o que havia conquistado e recomecei do zero!". Ela precisou reaprender a falar, a comer, tomar banho, lavar os cabelos e usar o computador. Erika também não desistiu do sonho de ser mãe. 



Um terceiro médico lhe disse que poderia engravidar, mas jamais ter parto normal. Obteve êxito no tratamento e dois anos depois engravidou. “Foi tudo perfeito e eu tive parto normal, mesmo contra a opinião do médico, diz ela, que hoje é mãe de Olívia, de 1 ano e 8 meses, Gabriel, 19, e Sofia, 16.

Não podendo mais exercer a profissão de produtora, mas ainda muito ligada à moda e cheia de energia, decidiu abrir o brechó.

A jornada foi longa, difícil, mas ela jamais perdeu a alegria de viver, correu atrás dos sonhos e ganhou um grande aprendizado, que repassa aos amigos: “Está com dor de cabeça? Vá ao médico. O corpo avisa, mas a gente não liga.”

 Vale lembrar que 29 de outubro é o Dia Mundial do AVC (World Stroke Day), uma das doenças que mais causam vítimas fatais no mundo. Somente no Brasil cerca de 100 mil pessoas morrem todos os anos.

 A história de Erika é inspiradora. Que ela sirva de exemplo, tanto em nível de prevenção, quanto de superação.
 E que seu brechó seja só sucesso!



 SERVIÇO

Brechó do Borogodó
Rua Fradique Coutinho, 944, Vila Madalena
tel. 11 3813-2231

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