BORIS JOHNSON QUER CAMPANHA CONTRA EXPANSIONISMO CHINÊS

26.9.20 BLOG SIMONE GALIB 0 Comments

 A mais recente decisão do primeiro ministro britânico, Boris Johnson, é um assunto que interessa ao Brasil: ele ordenou aos diplomatas que lancem nova campanha contra o "expansionismo" chinês.

  Isso porque o país foi acusado de pressionar a ilha de Barbados, no Caribe, para destituir a rainha Elizabeth como sua chefe de estado. 
   
  A ilha se inclui na lista de inúmeros países que estão no programa Beltt and Road Initiative, da China. Funciona assim: Pequim empresta dinheiro aos países mais pobres para ajudar a financiar projetos de infraestrutura, como portos e linhas ferroviárias. 
  
  Caso o país não consiga saldar suas dívidas, a China assume o controle do projeto concluído. E Boris Johnson teme que os prejuízos causados pela pandemia tornem os países ainda mais vulneráveis à dominação.

  Ele defende que a China seja mais "transparente" em suas negociações financeiras com outros países.

  Barbados, que conquistou a independência em 1966, anunciou que se tornaria uma república em 2021.

  A inteligência dos EUA alertou o Reino Unido que a ilha foi pressionada pelos chineses para cortar seus 'laços coloniais'.

 O presidente conservador do Comitê de Relações Exteriores, Tom Tugendhat, em artigo no Daily Mail deste domingo (27), diz que o caso da ilha caribenha mostra como os chineses estão "amarrando novas nações em sua própria ordem imperial ao implantar a diplomacia da dívida".

  Ele escreve ainda que "os países estão tomando empréstimos de bancos estatais chineses, apostando que podem pagá-los antes do vencimento da cláusula padrão".

  Segundo o jornal britânico, as dívidas de alguns países mais pobres com a China respondem por quase um terço do seu PIB. O Camboja, por exemplo, deve 29,5%. O Brasil também faz parte dessa lista. 


Brasil está entre os países que devem ao dragão vermelho   Foto Reprodução/Daily Mail
 A nova iniciativa de Johnson marca uma mudança brusca de política em relação aos governos anteriores. Na gestão de Theresa May, seu chanceler Philip Hammond pressionou a Grã-Bretanha a endossar totalmente a iniciativa de investimento global da China.


  "A China está tentando o que os soviéticos não conseguiram com guerrilheiros e revolucionários: reescrever o sistema operacional global. E eles estão tendo sucesso. A cooperação internacional do comércio à tecnologia é organizada", escreveu Tom Tugendhat.

  E ele acrescenta:


  "Estamos sob a sombra de um novo trono. A China está procurando replicar seu próprio sistema repressivo de comando e controle interno em escala global. Assim como suas 34 províncias (35 com Taiwan) devem obedecer às regras do secretário geral do Partido Comunista, os novos postos avançados 'coloniais' também devem votar conforme as instruções."
   É ou não assustador?
  

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